Por mais experiente que seja, lesões e desconfortos estarão presentes na vida de um corredor. A boa notícia é que estas lesões podem ser evitadas com um bom trabalho de fortalecimento muscular específico para a modalidade e prescrito de acordo com a necessidade do corredor. Estamos falando do Treinamento Funcional e, neste texto, serão abordadas as diferenças entre ele e a Musculação, algumas características deste método de treinamento, quais as principais regiões do corpo humano trabalhadas nele e a principal maneira que as lesões são prevenidas pelos exercícios funcionais.
O Treinamento Funcional não pode ser considerado uma aula coletiva, pois os objetivos desta aula devem ser voltados para as necessidades individuais do atleta. Da mesma forma que uma planilha de corrida é diferente de um atleta para outro, a ficha de exercícios de um treino funcional deve apresentar esta mesma característica.
Outra característica importante dos exercícios funcionais é que eles devem ser específicos para a modalidade. Numa correta prescrição de Treinamento Funcional, o corredor fará os exercícios de acordo com a sua necessidade particular e específicos para a Corrida de Rua (os exercícios educativos são ótimos para serem incluídos numa sessão de treino)
Além de individual e específico, os treinos funcionais são caracterizados por serem versáteis, com uma grande variabilidade de exercícios nas aulas para evitar a monotonia que pode desmotivar o corredor e realizados de maneira progressiva para que um movimento seja aprendido da maneira mais fácil até que o praticante chegue a níveis mais difíceis de execução.
Uma vez que as características foram vistas, será falado da principal parte do corpo que o Treinamento Funcional tem como foco: a região do CORE, localizada na região central do corpo humano (compostas pelas articulações da coluna vertebral e da escápula e da cintura pélvica), bem próximo do Centro de Gravidade.
Uma vez que o desenvolvimento da força tem a característica “próximo-distal” (ou seja, inicia-se no centro do corpo e se expande para os músculos das extremidades), torna-se de extrema importância o fortalecimento da região do CORE, oferecendo eficiência e estabilidade para que ocorra uma perfeita movimentação do corpo e facilite a transferência de energia entre os membros superiores e inferiores.
De acordo com a tabela, sempre haverá alternância entre as articulações de Mobilidade e de Estabilidade.
Outro fator interessante é que as lesões surgem a partir do momento que uma determinada articulação realiza uma função que não é a dela, gerando a alteração de todas as articulações acima e abaixo dela, que também passam também a realizar as funções incorretas.
Um exemplo disso são as dores no Joelho de um corredor de rua: devido à falta de mobilidade do Quadril e/ou do Tornozelo nos treinos, o Joelho é “obrigado” a realizar a função de mobilidade (lembrando que a função original dele é de estabilidade) na movimentação, tendo a lesão dele como consequência.
Para prevenir e corrigir a lesão, nada melhor do que os exercícios funcionais para trabalhar a mobilidade do Quadril e do Tornozelo, permitindo que o Joelho retorne à função de Estabilidade do movimento.
Além da prevenção de lesões, as funções de Estabilidade e Mobilidade realizadas por cada uma das articulações, a melhora de performance também ocorre quando cada uma destas articulações realizam corretamente as funções que foram determinadas a elas e o treinamento Funcional auxilia na evolução do desempenho do corredor na execução de movimentos destinados especificamente a cada articulação.
Embora o conteúdo de Treinamento Funcional apresenta muitos conceitos e informações, o objetivo deste texto foi apenas mostrar a importância deste método de treinamento, de alguns conceitos que são aplicados nele para que lesões sejam evitadas e, até mesmo, para o corredor melhorar a performance dele nos treinos e nas provas.
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